Como a Geração Sexo, Drogas e Rock n’ Roll Salvou Hollywood!
Os finais dos anos 1960 e 1970 marcaram um período de transformação no cinema americano, uma época em que um grupo de jovens e ambiciosos cineastas desafiou todas as normas estabelecidas em Hollywood. Esta Era, também conhecida como a “Nova Hollywood”, é brilhantemente narrada no livro de Peter Biskind, “Como a geração sexo, drogas e rock n roll salvou Hollywood”. Este livro não só é uma delícia de ler, como também oferece uma visão fascinante de como uma nova geração de diretores, alimentada pela criatividade e pela rebeldia, remodelou para sempre o cenário do cinema em Hollywood. E, olha, não estamos falando de qualquer geração não…
A Transformação de Hollywood
“Alguns amigos meus estavam falando que os anos 70 foram a última Era de Ouro. Eu disse: ‘Como vocês podem dizer uma coisa dessas?’ Eles retrucaram: ‘Olha só, tinha todos esses grandes diretores fazendo um filme atrás do outro. Tinha Altman, Coppola, Spielberg, Lucas…“
Martin Scorsese, no livro “COMO A GERAÇÃO SEXO DROGAS E ROCK’N’ROLL SALVOU HOLLYWOOD”
Uma dos temas centrais do livro é a dramática transformação de Hollywood durante este período. À medida que os baby boomers atingiam a maioridade, o público do cinema tornava-se mais jovem e mais aventureiro, e optava pelos filmes de arte do cinema europeu em vez dos filmes de estúdio americano, com bastante influência do novo cinema francês. Os estúdios não sabiam como reagir às mudanças demográficas, e muitos filmes começaram a fracassar nas bilheterias.
A velha Hollywood precisava de mudanças, então o sistema tradicional de estúdio, com as suas hierarquias e controle rígido sobre a produção, deu lugar a uma abordagem mais orientada para o realizador. Os cineastas então tiveram uma liberdade criativa sem precedentes para explorar as suas visões, resultando numa onda de filmes inovadores e ousados. Esses diretores tinham mais poder e prestígio coletivo do que nunca. Não tinham vergonha em assumir o manto de artistas e muito menos em desenvolver estilos pessoais que os distinguiam de outros diretores. Isso abriu as portas para uma nova Hollywood.
O surgimento de “autores diretores” desempenhou um papel fundamental na era da Nova Hollywood. Nomes como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Steven Spielberg tornaram-se nomes conhecidos e seus estilos distintos deixaram uma marca eterna no cinema. Esses cineastas não eram apenas contadores de histórias: foram artistas que ultrapassaram os limites do que era possível até então nas telonas.
Sem Destino e a Influência da Contracultura
O movimento dos direitos civis resultou em numerosos casos de brutalidade policial contra manifestantes e isso era transmitido na TV, o que acabou aprofundando a hostilidade entre cidadãos conservadores e liberais nos Estados Unidos. Essa confusão toda acarretou na criação de um conceito de contracultura, que começou no início dos anos 60 e foi um movimento cultural “antiestablishment” na civilização ocidental que gerou novos grupos de pessoas que se opuseram a ideais americanos como o comercialismo, o capitalismo, a Guerra do Vietnã, a instituição geral de padrões sociais e, mais especificamente, as normas da década de 1950. Alguns dos grupos de contracultura mais conhecidos incluem hippies, feministas, ativistas anti-guerra e ativistas dos direitos civis – pessoas cuja mentalidade estava orientada para a paz, a igualdade social, a libertação de um governo opressivo, e cujos símbolos incluíam viver em comunidades, experimentar drogas, ouvir rock ‘n’ roll e desafiar as expectativas sociais, rejeitando o ideal imposto de alcançar o sonho americano. Muitos dos manifestantes do movimento de contracultura eram estudantes universitários, e muitos eram estudantes de cinema cuja participação no movimento de contracultura acabaria se refletindo em sua arte nos anos seguintes.
Esse movimento teve um impacto profundo nos filmes da época e talvez poucos filmes representam isso tão bem quanto “Sem Destino” (Easy Rider), de Dennis Hopper.
Lançado em 1969, o filme tornou-se um símbolo da contracultura devido ao retrato de dois motociclistas e traficantes de drogas hippies, Wyatt (interpretado por Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper), em uma jornada pela liberdade pessoal e autodescoberta, rejeitando as normas sociais e abraçando a rebelião. O filme bateu de frente com os valores tradicionais: as pessoas que eles conhecem e as situações que se seguem representam os melhores e piores aspectos da vida americana moderna e refletem sobre questões que eram particularmente populares entre os jovens da época, desde o movimento hippie e comunitário até o racismo, a guerra, a intolerância religiosa e o uso de drogas. “Sem Destino” também contou com uma trilha sonora contracultural e apresentou um papel transformador de Jack Nicholson. O seu estilo não convencional e o impacto cultural fizeram dele uma representação emblemática do movimento da contracultura no final dos anos 1960 e início dos anos 1970.
Portanto, a contracultura desta época foi um fenômeno social e cultural caracterizado pela rejeição das normas e valores prevalecentes na sociedade americana dominante, e “Sem Destino” capturou muitos desses elementos, com seus personagens centrais incorporando esse espírito de liberdade, rebelião e inconformismo enquanto embarcavam em uma jornada de motocicleta. Foi a representação de uma camada emergente na sociedade e o impacto disso fora das telas foi gigantesco. No livro, Peter Biskind descreve o seguinte:
Redefinindo Blockbusters
“Tubarão foi devastador para o cinema de arte, menor, mais pessoal. As pessoas esqueceram como fazer. Não havia mais ninguém interessado”
Peter Bogdanovich, no livro “COMO A GERAÇÃO SEXO DROGAS E ROCK’N’ROLL SALVOU HOLLYWOOD”
“Tubarão”, de Steven Spielberg, literalmente devorou Hollywood. Esse filme expôs o tamanho do valor de uma ênfase comercial maciça, principalmente na TV, através de técnicas de marketing intensas e inovadoras. A publicidade televisiva já tinha sido usada para promover filmes no passado, mas Tubarão foi o primeiro filme a depender fortemente desse meio, usando a televisão como uma força aliada ao sucesso do filme, em vez de um rival. A Universal Pictures gastou uma grana pesada saturando as redes de televisão durante o horário nobre com trailers de 30 segundos para o filme. Nesse sentido, “Tubarão” foi o primeiro filme a investir tanto em publicidade, algo que era incomum no passado. O resultado? Acho que nem preciso explicar.
Além disso, o filme replicou a estratégia de lançamento teatral de outro filme popular dos anos 1970, O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972), que quebrou a tendência de lançar filmes lentamente pelo país, primeiro nos principais mercados e depois em locais menores, permitindo assim que o “boca a boca” positivo promovesse os filmes. O Poderoso Chefão, em vez disso, abriu em centenas de cinemas pelo país simultaneamente, alcançando enorme sucesso comercial. Tubarão usou a mesma estratégia e os resultados foram ainda mais impressionantes, já que o filme ultrapassou os lucros de O Poderoso Chefão e se tornou o filme de maior bilheteria de todos os tempos até aquele momento. Indo ainda além, Tubarão abriu o apetite dos estúdios para lucros rápidos, ou seja, dali para frente, os estúdios queriam que todo filme fosse um novo Tubarão.
O filme é até hoje conhecido como o ponto de partida para o que atualmente chamamos de Blockbuster. Isso, pois uma mudança importante na prática de distribuição dos estúdios para Tubarão foi lançar o filme no verão, uma época do ano considerada durante muito tempo como um período ruim para filmes. O conceito de “filme blockbuster de verão” estava apenas começando a se formar em 1975 com o surgimento de cinemas com ar condicionado e o sucesso de vários outros filmes influentes lançados no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, como “Sem Destino”, por exemplo. Assim como com a estratégia de lançamento amplo, “Tubarão” imitou os sucessos anteriores da temporada de verão e fez um lucro absurdo. O filme seguiu na ponta até surgir um certo herói numa galáxia muito, muito distante.
Assim como Tubarão replicou as técnicas de marketing e distribuição de filmes bem-sucedidos anteriores para obter ainda mais sucesso comercial, “Star Wars: Episodio IV – Uma Nova Esperança” (1977) concluiu o que Spielberg começou transformando completamente Hollywood na cultura centrada em blockbusters que é até hoje. O sucesso de Star Wars foi tão grande e imediato, que desbancou Tubarão como o filme de maior bilheteria até então, apenas dois anos depois do lançamento do filme de Spielberg.
Star Wars, no entanto, não teve um caminho muito fácil até o sucesso. George Lucas passou mais de 2 anos escrevendo um roteiro que era bem desacreditado no início por muita gente e só foi para frente pela insistência do diretor em lançar sua obra. Lucas queria uma obra saudável, sem muito sexo e violência gratuita, misturada com modernidade e a obra passou por muitas mudanças até chegar no que vimos no primeiro filme. Essa abordagem na narrativa seria, inclusive, importante no fim do movimento. Mas vou falar disso mais para frente.
O contexto e o impacto cultural de Star Wars também são importantes de se considerar. O filme foi lançado em um momento tenso da história dos EUA, seguindo o longo e sangrento conflito que foi a Guerra do Vietnã e em meio a um ambiente geral de culturas conflitantes e uma controvérsia cultura jovem. Star Wars se tornou um dos primeiros blockbusters modernos de Hollywood a ser um “escape” da realidade. Seu enredo pegou todo mundo e trouxe um ar mais leve, onde os heróis eram heróis e os vilões eram vilões. A natureza do bem e do mal era clara e essa dinâmica simples era até refrescante após anos de filmes moralmente ambíguos, que retratavam a vida de forma muito mais próxima da realidade, com temas sombrios, tons de cinza e finais infelizes. Star Wars (e Tubarão, também) forneceram o final feliz que estava faltando há anos em meio ao renascimento de Hollywood e permitiram que uma nação ansiosa, confusa e conflituosa celebrasse sua identidade original e as circunstâncias de sua criação.
O filme fechou as contas em certa de 9,5 Milhões de dólares. Em 3 meses acumulou 100 Milhões de dólares e pouco tempo depois ultrapassou Tubarão como a franquia mais rentável de todos os tempos até então, com 193,5 Milhões de dólares.
Talvez a coisa mais impactante que Tubarão e Star Wars trouxeram foi a mudança no conteúdo e estilo da maioria dos filmes lançados após seus lançamentos mudarem as bilheterias para sempre com números gigantescos. Ao contrário de muitos filmes ali dos anos 1960-70, Tubarão e Star Wars eram ambos filmes de gênero que não somente desconstruíram ou desafiaram o quadro dos gêneros cinematográficos já estabelecidos, mas criaram e reafirmaram fórmulas consideradas desacreditadas até então.
“Quanto Maior o Salto, Maior a Queda”
“De repente, veio a fase em que parecia que os filmes que a gente queria fazer eram os filmes que eles queriam fazer. Agora, os filmes que eles têm que fazer para manter a estrutura funcionando não são os tipos de filmes que eu quero fazer. E os filmes que eu quero fazer, eles não querem, porque não sabem como distribuí-los.”
Robert Altman
O sucesso de Star Wars é um ponto de virada importantíssimo. Ao mesmo tempo em que o filme serviu como a cereja do bolo da revolução cinematográfica que a Nova Hollywood trouxe, especialmente em termos de liberdade artística, Star Wars foi também um dos pontos de partida para o fim do novo movimento de cinema de Hollywood, juntamente com o fracasso catastrófico de bilheteria de “O Portal do Paraíso”, de Michael Cimino, em 1980.
Antes de tentar explicar essa virada de jogo, é bom relembrar que o sucesso inicial da Nova Hollywood encorajou os grandes estúdios de cinema a confiar aos jovens e ambiciosos cineastas daquela época uma grande quantidade de liberdade e controle em termos de todos os aspectos da produção cinematográfica, eventualmente até com o controle do orçamento.
Na metade da década de 1970, filmes autorais como “Taxi Driver” (1976), por exemplo, alcançaram um enorme sucesso crítico e comercial devido à sua originalidade e ambição profunda de romper com formas narrativas clássicas e tabus. Com o tempo, o sucesso dos filmes da era da Nova Hollywood encorajou os jovens cineastas a se tornarem cada vez mais propensos a correr riscos. Só que essa direção mais autoral muitas vezes enfrentava problemas durante a produção e dificuldades financeiras durante as filmagens. O lance é que eles conseguiam justificar isso fazendo filmes bem-sucedidos artisticamente, crítica e financeiramente, como foi o caso do próprio Tubarão de Steven Spielberg. Por mais que tenha sido um sucesso absurdo, a produção do filme em si foi bem conturbada devido aos desafios técnicos enfrentados. “Apocalypse Now” (1979), de Francis Ford Coppola, foi um filme que recebeu enorme atenção negativa durante sua produção devido aos muitos problemas que a equipe do filme enfrentou, mas que se justificou no final depois que o filme recebeu inúmeros prêmios e foi um sucesso crítico e financeiro.
Até o final daquela década, esses cineastas ambiciosos passaram de fazer filmes com um orçamento modesto para filmes mais grandiosos e caros, justamente devido à liberdade e do apoio financeiro que os grandes estúdios lhes confiaram. Por outro lado, isso também teve seu preço e Michael Cimino foi quem fez os estúdios repensarem o papel autoral no processo de produção cinematográfica depois que seu filme “O Portal do Paraíso” sofreu um colossal fracasso financeiro em 1980. O fracasso foi tão pesado que o filme se tornou a encarnação da mentalidade de cineastas excessivamente ambiciosos e mimados, que estavam abusando de seus privilégios. Depois do impacto negativo, tanto financeiro quanto em críticas, a United Artists (o estúdio por trás de “O Portal do Paraíso”) faliu e foi vendida para a Metro Goldwyn Meyer. Isso teve um tremendo efeito negativo na percepção dos cineastas autorais e fez os estúdios de cinema pensarem duas vezes antes de permitir que qualquer um desses caras fizesse filmes de grande orçamento. Esse evento marcou um momento em que os estúdios perceberam que era hora de, mais uma vez, tirar o controle completo dos cineastas e fazer mais filmes sob o controle de suas políticas, o que trouxe o papel fundamental na produção de filmes de volta para os grandes executivos.
Beleza, mas onde entra Lucas e Star Wars nisso tudo? Lembra que eu disse que a abordagem “mais leve” de Star Wars seria um diferencial no futuro? Lembra também que “Star Wars”, que foi feito com um orçamento até modesto, se tornou um enorme sucesso de bilheteria em 1977? Pois bem, acontece que, como as produções problemáticas de filmes do final da década de 1970 marcaram o fim da Nova Hollywood, os principais estúdios de cinema viram que era hora de assumirem o controle para produzir filmes financeiramente bem-sucedidos. No fim, é tudo pela grana. O resultado disso é que a indústria se voltou para filmes familiares, franquias, blockbusters e filmes que poderiam produzir linhas de mercadorias – exatamente todos os ingredientes do sucesso financeiro de “Star Wars”. Enquanto os críticos de cinema contemporâneos atribuem o termo “blockbuster” a “Tubarão”, como o primeiro filme que ganhou mais de 100 milhões de dólares na bilheteria, “Star Wars” serviu como o arquétipo de um blockbuster familiar que também tinha potencial para vender mercadorias e ganhar uma quantidade colossal de dinheiro.
Bom, os anos 80 acabaram por marcar o início da chamada era dos blockbusters, onde a visão artística dos cineastas precisava ser subordinada às políticas dos estúdios para receber apoio financeiro e, aí sim, ver a luz do dia – uma morte horrível que acabou, de certa forma, caindo no colo de Michael Cimino. Tanto Martin Scorsese quanto Francis Ford Coppola afirmaram que o fracasso de “O Portal do Paraíso” de fato marcou o fim da era.
Nos Veremos de Novo, Nova Hollywood?
O livro de Peter Biskind é uma mina de ouro sobre o cinema, especialmente quando o assunto é a era da Nova Hollywood, que teve influência inovadora no cinema e levou a uma completa reinvenção dos gêneros cinematográficos. Foi uma revolução em vários níveis, filmes como “O Bebê de Rosemary” (1968) e “O Exorcista” (1973), por exemplo, ultrapassaram limites com temas controversos e narrativa original. Da mesma forma, o gênero de filme de gângster atingiu outro patamar com filmes como “O Poderoso Chefão” (1972). O impacto desse período dura até hoje e as lembranças também, vira e mexe temos filmes que homenageiam essa época, como no caso do delicioso “Era uma vez…em Hollywood” (2019), de Quentin Tarantino.
É difícil, ao menos para mim, olhar para essa história e não imaginar se algo assim poderia ocorrer de novo. Muitas vezes, as coisas são muito incertas e hoje o poder de produção continua bem concentrado em grandes estúdios, como a Disney, por exemplo. Acho que cabe a nós, como consumidores e amantes de filmes, valorizar ainda mais as produções independentes e as narrativas que se propõem a incomodar e gerar reflexão de certa maneira. Temos muitas produções assim todo ano e vejo elas ganhando cada vez mais destaque, com histórias autênticas e principalmente corajosas. Um exemplo legal disso é o trabalho de diretores como Yorgos Lanthimos, o qual já trouxe aqui para a página algumas vezes.
Por outro lado, existe uma geração de pessoas que vai crescer com um outro olhar sobre como fazer filmes – pessoas que assistiram mini vídeos no tik tok durante praticamente toda a vida. E, por incrível que pareça, acho que essa turma vai realmente causar um impacto grande tanto financeira quanto culturalmente. É uma onda impossível de evitar, então nos resta acreditar que as novas gerações podem fazer coisas realmente interessantes também. Até porque, no fim, não é uma questão de fazer filmes – filmes sempre serão feitos, e novas vozes sempre vão surgir. A questão é como serão consumidos e, principalmente, como serão vendidos, com um mercado tão saturado de conteúdo. Sei lá…ainda são só achismos.
Bom, de qualquer forma, além de uma história muito legal, a Nova Hollywood nos rendeu ÓTIMOS filmes. E olha, não tem como você dizer que eu estou errado.
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Material de Referência
1 – Peter Biskind, “COMO A GERAÇÃO SEXO, DROGAS E ROCK N’ ROLL SALVOU HOLLYWOOD”
2 – Wikipedia, “New Hollywood” (https://en.wikipedia.org/wiki/New_Hollywood)
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