Ensaios

Experimente ver seu cotidiano como um quadro surrealista

Imagine acordar e perceber que sua xícara de café flutua suavemente acima da mesa, que o espelho reflete não seu rosto, mas uma paisagem desconhecida, que o relógio da parede derrete como manteiga ao sol. Essa experiência de estranhamento radical diante do familiar é a essência do olhar surrealista, uma forma de ver o mundo que transforma o ordinário em extraordinário, o banal em mágico, o cotidiano em poesia visual.

Vamos entao tentar ver como essa revolução estética do século XX pode transformar profundamente a maneira como você experimenta cada momento do seu dia. Não se trata apenas de uma técnica artística, mas de uma postura diante da vida que liberta a imaginação, questiona certezas e revela camadas ocultas da realidade que habitamos.

O que é o surrealismo?

O surrealismo nasceu oficialmente em Paris, em 1924, quando o poeta André Breton publicou o primeiro Manifesto Surrealista. Mais do que um movimento artístico, foi uma verdadeira revolução cultural que sacudiu os alicerces da arte, literatura e pensamento ocidental. Em um mundo ainda traumatizado pela Primeira Guerra Mundial, os surrealistas propunham uma subversão radical: libertar a mente humana das amarras da razão opressiva e da lógica burguesa.

O termo “surrealismo” vem do francês surréalisme, que significa literalmente “acima do realismo” ou “além da realidade”. Não se tratava de negar a realidade, mas de expandi-la, incorporando dimensões que a consciência racional costuma reprimir: o sonho, o desejo, o inconsciente, o absurdo, o maravilhoso. Para Breton e seus companheiros, existia uma “realidade absoluta” (surrealité) que só poderia ser alcançada pela fusão do mundo onírico com o mundo desperto.

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BrainChain, Willem den Broeder (2001)
Revolução Mental: Libertação do inconsciente e valorização dos processos mentais não-racionais como fonte legítima de conhecimento
União de Opostos: Fusão entre sonho e vigília, real e imaginário, consciente e inconsciente em uma realidade expandida
Projeto Político:Contestação da ordem social burguesa e busca por transformação radical da sociedade através da arte

O surrealismo não era apenas uma nova forma de fazer arte, era uma nova forma de estar no mundo. Rejeitando o racionalismo estrito que dominou o pensamento europeu desde o Iluminismo, os surrealistas abraçaram o paradoxo, o humor negro, a justaposição absurda e a livre associação de ideias. Eles acreditavam que a verdadeira criatividade só poderia emergir quando a mente fosse liberada das convenções sociais e dos mecanismos de censura internos.

Mais do que isso, o surrealismo tinha uma dimensão profundamente ética e política. Muitos de seus principais membros eram engajados politicamente, alguns vinculados ao comunismo, todos críticos da sociedade capitalista e de suas formas de alienação. Para eles, libertar a imaginação era também um ato revolucionário, capaz de questionar e eventualmente transformar as estruturas de poder que aprisionam a humanidade.

A origem do olhar surrealista: o inconsciente e o sonho

Para compreender o olhar surrealista, é fundamental entender sua dívida (e suas divergências) com a psicanálise de Sigmund Freud. Os surrealistas foram profundamente influenciados pela descoberta freudiana do inconsciente, essa dimensão oculta da psique humana onde residem desejos reprimidos, memórias esquecidas e impulsos proibidos. Freud havia demonstrado que nossos sonhos, lapsos e associações livres revelavam verdades sobre nós mesmos que a consciência racional preferia ignorar.

No entanto, enquanto Freud via o inconsciente principalmente como objeto de estudo clínico, algo a ser interpretado e domesticado pela análise, os surrealistas o enxergavam como uma fonte inesgotável de criatividade e liberdade. Para André Breton, o sonho não era apenas um sintoma a ser decifrado, mas uma experiência válida em si mesma, tão real e significativa quanto a vida desperta. No estado onírico, as regras da lógica, do tempo linear e do espaço euclidiano se dissolvem, permitindo que a mente vagueie livremente por territórios impossíveis.

A Descoberta do Inconsciente, proposta por Freud, marca o início dessa linha temporal ao revelar a existência de uma dimensão mental oculta, repleta de desejos e memórias reprimidas pela censura social. Em seguida, surge a Interpretação dos Sonhos, quando a psicanálise desenvolve métodos para decifrar os símbolos oníricos e compreender seus significados latentes. Posteriormente, ocorre a Apropriação Surrealista, momento em que os artistas reinterpretam as ideias freudianas, enxergando o inconsciente não como patologia, mas como um território de liberdade criativa. Por fim, desenvolve-se a Escrita Automática, técnica criada para acessar diretamente o fluxo do inconsciente, eliminando a interferência da censura racional e abrindo caminho para novas formas de expressão artística.

Os surrealistas desenvolveram diversas técnicas para acessar esse território do inconsciente. A mais famosa delas é a escrita automática: escrever rapidamente, sem pensar, sem corrigir, deixando que as palavras fluam livremente da mente para o papel, como se você fosse apenas um canal para vozes interiores desconhecidas. Essa técnica produziu alguns dos textos mais estranhos e perturbadores da literatura moderna.

Outra técnica importante era a colagem, que consistia em reunir imagens ou fragmentos de texto aparentemente desconexos, criando novas relações de sentido. Ao colocar lado a lado elementos que normalmente não se encontrariam, um relógio e um peixe, uma bailarina e uma locomotiva, os surrealistas revelavam conexões ocultas e provocavam curto-circuitos na percepção habitual.

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A Persistência da Memória (1931), Salvador Dali

Artistas como Salvador Dalí e René Magritte levaram essas ideias para o campo das artes visuais, criando pinturas que parecem registros de sonhos impossíveis. Nos quadros de Dalí, relógios derretem sobre paisagens desérticas, elefantes caminham sobre pernas de aranha impossíveis, figuras humanas se metamorfoseiam em gavetas e armários. Nas telas de Magritte, homens de chapéu-coco flutuam no ar, maçãs gigantes ocupam quartos inteiros, e cada imagem vem acompanhada de legendas que contradizem o que vemos.

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O Filho do Homem, René Magritte (1964)

Essas obras, além de “estranhas” ou “bizarras”, desafiam fundamentalmente nossa forma de organizar a realidade. Elas nos mostram que a lógica cotidiana é apenas uma entre muitas formas possíveis de estruturar a experiência. E que, ao suspendermos temporariamente essa lógica, podemos acessar verdades mais profundas sobre nós mesmos e sobre o mundo.

O cotidiano transformado: enxergando o banal com olhos novos

O grande convite do surrealismo é este: transformar o olhar sobre o cotidiano. Não é sobre escapar da realidade para um mundo de fantasia, mas sobre enxergar a fantasia que já existe, latente, nas coisas mais comuns que nos cercam. É perceber que a realidade cotidiana, quando observada com atenção e liberdade imaginativa, é infinitamente mais estranha, rica e misteriosa do que normalmente admitimos.

Pense na sua rotina diária: você acorda, escova os dentes, toma café, vai trabalhar, retorna para casa. Tudo parece perfeitamente normal, previsível, até entediante. Mas o que aconteceria se você olhasse essas mesmas ações com estranhamento? Se você realmente prestasse atenção ao ato bizarro de esfregar cerdas plásticas nos ossos que crescem da sua boca? Se percebesse que o líquido escuro e amargo que você bebe todas as manhãs é feito de sementes torradas vindas de outro continente? Se notasse que você passa horas dentro de uma caixa de metal que se move a velocidades mortais sobre asfalto negro?

Uma simples xícara de café pode se tornar um oceano em miniatura, com espuma que forma continentes e redemoinhos que sugerem universos em espiral. O caminho familiar se transforma em cenário de encontros impossíveis, onde cada esquina guarda um mistério e cada transeúnte é personagem de um sonho coletivo.

O surrealismo nos ensina que objetos e situações do dia a dia ganham significados inesperados quando rompemos com a percepção habitual. Uma porta não é apenas uma passagem entre dois cômodos, é um portal entre mundos, uma fronteira simbólica entre o conhecido e o desconhecido. Um espelho não apenas reflete sua imagem, ele duplica a realidade, cria uma dimensão paralela, questiona sua identidade. Uma escada não é só um meio de subir ou descer, é uma estrutura que desafia a gravidade, que conecta níveis de existência, que simboliza ascensão ou queda.

Essa transformação do olhar não é um exercício gratuito ou meramente estético. Ela tem consequências profundas para como vivemos. Quando começamos a ver o cotidiano como um quadro surrealista, nossa criatividade se expande, nossa capacidade de reflexão se aprofunda, e nos libertamos, mesmo que temporariamente, das amarras do conformismo e da rotina mecânica. Descobrimos que há infinitas maneiras de habitar o mundo, que a realidade é muito mais plástica e maleável do que nos ensinaram.

“O surrealismo repousa na crença na realidade superior de certas formas de associação negligenciadas até então, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento.” – André Breton

Como experimentar seu cotidiano como um quadro surrealista

Transformar seu olhar cotidiano em um olhar surrealista não requer talento artístico especial nem equipamentos sofisticados. É, antes de tudo, uma prática de atenção e liberdade, uma disposição para ver além do óbvio e acolher o inesperado. Aqui estão algumas práticas concretas que podem ajudá-lo nessa jornada de percepção ampliada.

  • Pratique olhar para objetos comuns como se os visse pela primeira vez. Observe detalhes que normalmente passam despercebidos: texturas, reflexos, sombras, proporções. Suspenda seus julgamentos e definições habituais.
  • Use sua imaginação para criar vínculos surpreendentes entre elementos desconexos. O que sua torradeira tem em comum com um vulcão? Como seu guarda-chuva se parece com um cogumelo? Que história contam juntos a sua caneta e aquela nuvem?
  • Experimente desenhar, fotografar ou escrever sobre cenas cotidianas com um olhar transformado. Capture não o que as coisas “são”, mas o que elas poderiam ser, o que sugerem, o que escondem.
  • Permita-se imaginar situações impossíveis, aceite contradições, celebre o nonsense. E se a gravidade funcionasse ao contrário? E se objetos tivessem sentimentos? E se você acordasse como outra pessoa?

Os surrealistas praticavam a “deambulação”, que era caminhar pela cidade sem destino, deixando-se guiar pelo acaso e pela intuição. Experimente fazer isso:

  1. Escolha um dia e algumas horas livres
  2. Saia sem plano, sem mapa, sem objetivo
  3. Vire à esquerda ou direita seguindo seu impulso
  4. Preste atenção aos detalhes estranhos: placas enigmáticas, encontros improváveis, justaposições absurdas
  5. Anote ou fotografe o que chamar sua atenção
  6. Ao retornar, reflita sobre as “coincidências significativas” que encontrou

Outra prática poderosa é manter um diário de sonhos. Ao acordar, antes mesmo de se levantar, escreva tudo que lembrar de seus sonhos da noite anterior. Não se preocupe com coerência ou gramática — apenas registre as imagens, sensações e narrativas. Com o tempo, você perceberá padrões, símbolos recorrentes e conexões surpreendentes entre seus sonhos e sua vida desperta.

Você também pode experimentar a técnica do “objeto encontrado” (objet trouvé): escolha um objeto qualquer que você encontre por acaso, uma pedra, um bilhete perdido, um brinquedo quebrado e invente uma história fantástica sobre sua origem e significado. Esse objeto se torna um portal para mundos imaginários, um talismã carregado de significados pessoais.

O importante é cultivar uma atitude de abertura e curiosidade. O mundo está repleto de maravilhas ocultas, de significados secretos, de belezas estranhas, mas só as percebemos quando estamos dispostos a olhar além da superfície funcional das coisas.

Exemplos práticos e inspirações artísticas

Para mergulhar ainda mais fundo no olhar surrealista, nada melhor do que conhecer algumas das obras mais emblemáticas do movimento e as técnicas que seus criadores desenvolveram. Esses exemplos servem para que você mesmo experimente essas abordagens em sua vida cotidiana.

René Magritte e “A Traição das Imagens”:

Uma das obras mais famosas de Magritte mostra a pintura realista de um cachimbo, acompanhada da frase: “Ceci n’est pas une pipe” (“Isto não é um cachimbo”). A declaração parece absurda: claro que é um cachimbo! Mas Magritte nos lembra: não, não é. É a representação de um cachimbo. Você não pode fumá-lo. A obra questiona radicalmente a relação entre objetos, imagens e linguagem, forçando-nos a refletir sobre como nomeamos e conhecemos o mundo.

Essa obra nos ensina a questionar nossas certezas perceptivas. Quantas vezes confundimos representações com a realidade? Quantas vezes aceitamos palavras e imagens como se fossem as coisas em si? O olhar surrealista nos convida a manter sempre uma distância crítica, uma consciência da diferença entre o que vemos e o que é.

A técnica do cadáver esquisito (cadavre exquis) é especialmente interessante para experimentação pessoal ou coletiva. Originalmente, os surrealistas jogavam assim: uma pessoa escrevia uma frase ou desenhava algo em um papel, dobrava para esconder o que havia feito, e passava para a próxima pessoa, que continuava sem ver o anterior. O nome vem da primeira frase criada por esse método: “O cadáver esquisito beberá o vinho novo.”

Você pode adaptar essa técnica: peça a amigos que cada um escreva uma frase sobre um tema, sem ver o que os outros escreveram. Ou faça uma montagem visual colando recortes de revistas aleatoriamente. O resultado será sempre surpreendente, revelando conexões que a mente racional jamais estabeleceria.

A fotografia surrealista também oferece inspiração poderosa. Diferente da fotografia documental, que busca capturar a realidade “como ela é”, a fotografia surrealista busca revelar o estranho, o fantástico e o inquietante que existe nas cenas cotidianas. Man Ray criou “rayografias”, fotografias feitas sem câmera, colocando objetos diretamente sobre papel fotográfico sensível. As imagens resultantes são fantasmagóricas, como se fossem radiografias da alma dos objetos.

“Tudo leva a crer que existe um certo ponto do espírito de onde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo cessam de ser percebidos contraditoriamente.” – André Breton

O impacto do olhar surrealista na vida e na arte contemporânea

Embora o movimento surrealista tenha tido seu auge nas décadas de 1920 e 1930, sua influência permanece profundamente viva na cultura contemporânea. De fato, vivemos em um momento histórico em que o surrealismo talvez seja mais relevante do que nunca. Em uma época marcada por crises, incertezas e transformações radicais, tecnológicas, climáticas e sociais, a capacidade de imaginar realidades alternativas e questionar o status quo torna-se fundamental.

No Cinema e nas Séries, diretores como David Lynch, Michel Gondry e Charlie Kaufman criam narrativas que mesclam sonho e vigília, questionando as fronteiras entre realidade e imaginação. Nas Artes Visuais, artistas contemporâneos seguem explorando técnicas surrealistas em instalações, arte digital, fotografia e pintura, mantendo viva a tradição da subversão visual. Na Literatura, o realismo mágico latino-americano, as ficções especulativas e a literatura fantástica herdam a liberação imaginativa proposta pelos surrealistas. Já na Publicidade e no Design, de forma irônica, as técnicas surrealistas de justaposição e estranhamento foram incorporadas para impactar e surpreender o consumidor.

Mas o impacto do surrealismo vai muito além da produção artística profissional. O olhar surrealista pode ser uma ferramenta poderosa de transformação pessoal. Quando você começa a ver seu cotidiano como um quadro surrealista, você automaticamente ressignifica suas experiências. Situações que antes pareciam simplesmente frustrantes ou entediantes ganham novos significados, abrem-se para interpretações múltiplas, conectam-se com camadas mais profundas de sua psique.

Por exemplo: você está preso no trânsito. Na perspectiva racional-funcional, isso é apenas um desperdício de tempo, uma fonte de irritação. Mas se você adotar um olhar surrealista, pode ver esse engarrafamento como uma espécie de ritual coletivo moderno, onde milhares de pessoas se encontram imobilizadas dentro de suas cápsulas de metal, criando juntas uma escultura efêmera de luz e movimento. Você pode se perguntar: o que essa situação revela sobre nossa civilização? Que simbolismo carrega? Que emoções desperta?

Essa mudança de perspectiva não elimina o problema prático, mas transforma sua relação emocional e intelectual com ele. Você se torna menos passivo, mais criativo, mais capaz de encontrar sentido onde antes havia apenas automatismo.

O olhar surrealista também pode ser um instrumento de autoconhecimento. Ao prestar atenção às imagens que emergem espontaneamente de seu inconsciente — seja em sonhos, devaneios ou associações livres —, você acessa informações sobre seus desejos reprimidos, medos ocultos e potencialidades não realizadas. Você começa a entender melhor as motivações profundas de seus comportamentos e escolhas.

Em tempos de alienação e conformismo social, quando somos constantemente pressionados a nos adaptar, a produzir, a ser funcionais e previsíveis, o olhar surrealista é um ato de resistência. É uma afirmação de que a imaginação tem valor, que o absurdo tem direito de existir, que há mais no mundo do que eficiência e racionalidade instrumental. É uma recusa em reduzir a vida a uma série de tarefas e obrigações, uma insistência em preservar espaços de liberdade, jogo e maravilhamento.

Transforme seu olhar, transforme sua vida

Ver o cotidiano como um quadro surrealista pode ser uma filosofia de vida, uma forma de resistência criativa, um caminho de autodescoberta e transformação. Reconhecer que a realidade é muito mais rica, estranha e maleável do que as rotinas automatizadas e os papéis sociais nos fazem acreditar.

Experimentando essa visão, você pode descobrir novas formas de sentir, pensar e agir. Sentimentos que pareciam fixos e definitivos revelam-se fluidos e transformáveis. Pensamentos que seguiam trilhas previsíveis começam a explorar territórios desconhecidos. Ações que repetíamos mecanicamente ganham intencionalidade e significado renovados.

O surrealismo não é uma receita com passos fixos, mas um convite à aventura. Cada pessoa desenvolverá sua própria versão do olhar surrealista, de acordo com sua sensibilidade, história e contexto. O importante é manter viva a disposição para o espanto, a coragem para questionar certezas e a abertura para acolher o inesperado.

Práticas para Incorporar no Dia a Dia:

  • Reserve alguns minutos diários para observar um objeto comum de forma inusitada
  • Mantenha um caderno de imagens, frases e ideias que surpreendam você
  • Pratique a escrita automática ou o desenho livre antes de dormir
  • Faça deambulações sem destino pela cidade ou pela natureza
  • Cultive o hábito de fazer perguntas absurdas sobre situações cotidianas
  • Crie pequenas intervenções surrealistas no seu ambiente

O surrealismo não é apenas um movimento do passado, confinado aos museus e livros de história da arte. É uma ferramenta viva para reinventar a realidade e reinventar a si mesmo. Em um mundo que frequentemente parece demasiado pragmático, demasiado literal, demasiado previsível, o olhar surrealista nos lembra que ainda há mistério, que ainda há magia, que ainda podemos nos surpreender.

Portanto, da próxima vez que você escova os dentes, toma café, caminha pela rua ou contempla seu reflexo no espelho, experimente suspender por um momento suas certezas. Pergunte-se: e se esse ato aparentemente simples for na verdade um ritual carregado de significado? E se esse objeto banal for na verdade um talismã misterioso? E se essa cena cotidiana for na verdade um quadro surrealista esperando para ser percebido?

A transformação do olhar é o primeiro passo para a transformação da vida. Quando você vê diferente, você vive diferente. E o mundo, misteriosamente, também se transforma.

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