
10 livros de fantasia que você deveria dar uma chance
Talvez soe exagerado, mas minha relação com livros de fantasia é quase pessoal. Comecei em algum momento com Tolkien, e desde então essas histórias têm sido parte constante da minha vida. Fantasia, para mim, nunca foi só sobre dragões e magos, mas também sobre mundos inteiros esperando para serem descobertos, sobre heróis improváveis, sobre aquela faísca que acende quando você abre a primeira página.
Claro, também já vivi o lado menos glamouroso do gênero. Tem sempre os clichês repetidos, as sagas que se arrastam por mil páginas sem chegar a lugar nenhum, os finais que deixam você mais frustrado do que satisfeito (e não vou nem entrar no assunto “adaptações para o cinema”). Ainda assim, cada vez que penso em me afastar, vem aquele impulso de mergulhar de novo.
E não sou só eu. Amigos leitores, colegas de trampo, até gente que nunca foi “do time da fantasia” já me confessou ter caído de cabeça em uma dessas jornadas épicas. Acho que é por isso que esses livros não são apenas histórias, eles são marcos. São os títulos que ajudaram a moldar todo o gênero e que continuam inspirando novas gerações.
Então, se você é um veterano querendo revisitar as origens ou um novato procurando começar com o pé direito, aqui está a minha lista com 10 dos maiores livros de fantasia de todos os tempos. Capas postas. Vamos nessa.
O Senhor dos Anéis

Meio óbvio esse, né. A obra-prima de J.R.R. Tolkien é o molde da fantasia moderna, o padrinho dos orcs, elfos e joias sedentas por poder. Ao longo de três volumes (A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei ) Tolkien entrelaça uma história de amizade, sacrifício e segundo café da manhã. É épico, é sincero, e tem árvores que andam e um olho flamejante gigante. Seja pelo universo, pela poesia ou só pra passar um tempo com Sam e Frodo, O Senhor dos Anéis é o anel único que governa todos os outros. Se quiser uma dica de por onde explorar o universo de Tolkien, clique aqui. 🙂
As Crônicas de Gelo e Fogo: A Guerra dos Tronos

Ok, mas e se Tolkien tivesse menos elfos e mais traições? Aí teríamos A Guerra dos Tronos, o primeiro volume de As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin. Com um elenco maior do que muitas cidades medievais e mais traições que reunião de reality show, esse livro redefiniu a fantasia sombria. Nobres morrem, crianças são mutiladas, casamentos são… bem, você sabe. É um tabuleiro de xadrez encharcado de sangue, e ninguém está a salvo. Nem seus favoritos. Principalmente seus favoritos. Não se apegue.
O Nome do Vento

Parte balada de rock, parte memórias de um ex-aluno de escola de magia, O Nome do Vento conta a história de Kvothe, um lendário mago, músico e superdotado em geral, enquanto relembra sua vida atrás do balcão de uma estalagem tranquila. A prosa de Rothfuss é lírica, sua construção de mundo é minuciosa, e o cabelo de Kvothe está sempre esvoaçando dramaticamente ao vento. Enquanto os fãs ainda aguardam o terceiro livro como se fosse a segunda vinda de Cristo, não há como negar que este primeiro capítulo já é um clássico moderno.
O Feiticeiro de Terramar

Antes de Hogwarts, existia Roke. O Feiticeiro de Terramar, de Ursula K. Le Guin, veio antes da maioria das histórias sobre escolas de magia e consegue dizer mais com menos páginas do que muitos calhamaços por aí. A história acompanha Ged, um garoto que aprende da pior forma que poder sem sabedoria é só caos com uma túnica bonita. Filosófico e poético, o clássico de Le Guin traz uma introspecção profunda ao gênero, com monstros das sombras.
As Mentiras de Locke Lamora

Se Onze Homens e um Segredo e O Conde de Monte Cristo tivessem um filho criado por vigaristas numa Veneza mágica, o resultado seria As Mentiras de Locke Lamora. O romance de estreia de Scott Lynch é afiado, estiloso e cheio de reviravoltas que fazem sua cabeça girar e sua bolsa de moedas sumir. Locke não é herói, é ladrão, mentiroso e talvez o canalha mais carismático da fantasia. Pontos extras para os diálogos ácidos e xingamentos criativos.
A Roda do Tempo: O Olho do Mundo

Antes das maratonas de séries, A Roda do Tempo era o teste de resistência dos fãs de fantasia. Com 14 livros e um prelúdio, essa saga começa com O Olho do Mundo, onde garotos de fazenda descobrem que talvez sejam profecias ambulantes. O tempo gira, lendas renascem, e as tramas se multiplicam como coelhos. Venha pelo escopo gigantesco, fique pelos mais de 400 personagens nomeados. Ah, e talvez traga um mapa.
Mistborn: O Império Final

O primeiro livro da série Mistborn, de Brandon Sanderson, começa com uma ideia simples: e se o Senhor das Trevas tivesse vencido? Ambientado num mundo onde cinzas caem do céu e a rebelião ferve sob mil anos de tirania, O Império Final é um romance de assalto com capa de fantasia. O sistema de magia é elegante, as apostas são altíssimas, e Vin – nossa heroína das ruas – pode muito bem roubar seu coração com uma lâmina. Uma fantasia com regras, ritmo e muito, muito metal.
As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

Às vezes, a fantasia não precisa ser sombria e melancólica, às vezes são quatro crianças entrando num guarda-roupa e encontrando um deus-leão num país das maravilhas nevado. O amado conto de C.S. Lewis sobre o bem contra o mal inspirou gerações de leitores (e pelo menos um desejo estranho por manjar turco). O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é fantasia em sua forma mais encantadora, uma fábula envolta em casacos de pele e inverno eterno.
Arquivo das Tempestades: O Caminho dos Reis

Brandon Sanderson aparece de novo, claro. O Caminho dos Reis, primeiro volume da saga Arquivo das Tempestades, é o tipo de livro com o qual se dá pra construir uma casa — imenso, pesado e cheio de ambição arquitetônica. Ambientado num mundo onde tempestades moldam cidades e guerreiros usam exoesqueletos mágicos, o livro equilibra múltiplas perspectivas, linhas do tempo e dilemas existenciais. Não é leitura leve, mas é fantasia épica de altíssimo nível. Leia e junte-se ao Culto da Ponte Quatro.
O Livro Malazano dos Caídos: Jardins da Lua

Se você acha que já viu tudo em fantasia épica, Jardins da Lua chega como um meteoro. Primeiro volume da colossal série O Livro Malazano dos Caídos, de Steven Erikson, este livro te joga em um mundo onde deuses andam entre mortais, magia colide com guerra, e ninguém segura sua mão. A narrativa é densa, a escala é brutal, e o nível de ambição é absurdo.
Erikson exige muito do leitor, mas recompensa com uma profundidade e complexidade raras no gênero. Exércitos inteiros se movem, impérios caem, e cada personagem — seja um assassino com alma dividida ou um demônio preso num boneco — carrega um peso mitológico.
Este é o tipo de fantasia que não pede licença — ela domina.
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